Isabel Madruga
terça-feira, 21 setembro 2010
O céu não pode esperar
«António, adorei o seu livro “O céu não pode esperar”. A destreza que evidencia na descrição de diferentes cenários bélicos e culturais, em diferentes épocas e tempos é magnífico. Quanta atrocidade! O Espaço sem limite. A eternidade. O que está em cima é igual ao que está em baixo! Apenas um mestre como António conseguiria juntar e relacionar Moçambique, a costa portuguesa, Peniche, o Mosteiro de Alcobaça, Yupanki, a montanha do Andes. E no princípio era aquela gruta no sul da Tanzânia. E a luz do cristal verde que tudo sabe e que tudo vê no mosteiro de Alcobaça. A alquimia e a transmutação dos metais. O mergulho nas entranhas do cérebro, a disciplina das energias. Arrepiada fiquei com o dia do grande sol. Que lindo o sentimento em memória do espírito que sobe ao céu. “Eu quero observar do alto com o olhar de Deus". Romão ainda bem que ultrapassaste a velocidade do som, para que Carmela encha o seu coração com o amor que ele tem por ela, e ignore quem lhe fez mal. Só o amor liberta.
Obrigada António, pelo magnífico momento de leitura que o seu livro, “O céu não pode esperar” me proporcionou. Muitos parabéns!»
Isabel Madruga (Leitora reflexiva)
Jorge Vicente
segunda-feira, 14 junho 2010
Olhos de caçador
«Comecei a ler o livro “Olhos de Caçador” de António Brito (…) e estou preso ao enredo. O livro trata de um indivíduo que nascido na raia beirã acaba por ir parar a Moçambique para defender o Império dos portugueses. O livro é contado na primeira pessoa, na decadência da velhice. Tem um esquema clássico de narrar que é o da analepse. No tempo presente alguém conta acontecimentos passados. O destinatário da mensagem não está realizado na narração por isso "conta" para o leitor. Basicamente tem dois grandes corpos de analepse encaixados. Tendo nós acesso a três tempos. O da narração no presente. O da ida para África e, nessa ida, a introdução de memórias mais antigas da vida e infância beirã.
Recordo que esquema em analepses acontece na literatura desde o Ulisses de Homero. Na corte dos Feaceos. Primeiro o Aedo Demódoco canta os acontecimentos da guerra de Tróia. E depois Ulisses conta as suas desventuras aos pais de Nausicaa (filha dos reis dos Feaceos). É a primeira grande estrutura em analepses. (excepto no Gilgamesh em que ao herói é contado o dilúvio. Mas essa é uma narrativa mítica que lhe é contada).
O enredo, para este livro, é o mais importante. Assistimos assim ao desenvolvimento da peripécia e da situação. Estando elegantemente bem escrito assistimos a um trabalho aturado do uso de metáforas e de comparações (que para Jackobson são dois aspectos da mesma figura de estilo). O livro (…) segue a grande tradição do romance ocidental, tradição esta que teve o seu apogeu no século XIX com os grandes romancistas. Este é um tipo de livros que é muito comum e apreciado pelo público que tem assegurado a fortuna do género romance.
A estratégia discursiva deste livro escapa a inovações ou aventuras narratológicas. Tendo a vantagem por um lado de ser extremamente claro e agradável de ler. O género romance, no seu geral, opta por se apresentar com a maneira de contar oitocentista. Como se não tivesse acontecido o Ulisses do James Joyce, ou o Húmus do Raúl Brandão, ou tantos livros que inovaram nas estruturas mais fundas do romance.
Um autor que retoma a tradição da inovação a estes níveis é, sem dúvida, o António Lobo Antunes. Mas, o livro do António Brito, dentro de uma maneira de escrever conservadora é perfeito. O que já não é nada, mas mesmo nada mau.
Parabéns, António!»
Jorge Vicente (Crítico literário)
Benjamim Monteiro
sábado, 14 novembro 2009
O céu não pode esperar
"O Céu não Pode Esperar" é um belíssimo romance. Muito bem escrito. A trama está muito bem urdida, com situações e linguagem sem lugares-comuns. O texto, que tem a capacidade de nos prender em todos os capítulos, está elegantemente arrumado, sem ideias dispersas, ou supérfluas. Os diálogos são bem conduzidos. A intriga está muito imaginativa. A parte final do livro e da estória de amor são enternecedoras. Este livro revela uma grande maturidade intelectual. Não nos faça esperar muito tempo pelo próximo. Expresso as minhas sinceras felicitações».
Benjamim Monteiro (Sociedade da Língua Portuguesa)
Graça Delgado
domingo, 19 julho 2009
Olhos de caçador
«Parabéns, António! Amei "Olhos de caçador". Tive de meter um dia de férias para ler de seguida, temos uma peça literária de referência. Um dom raro… a subtileza, a elegância, o humor inteligente… raríssimos. Uma história para contar – fortíssima mas, helás! – sobretudo o essencial, o testemunho corajoso, sólido, assumido até ao miolo de forma original, inteligente e sensível; tem lá tudo. Está lá o corpo inteiro… e é bonito, sem cedências até ao tutano. Um prazer danado».
Graça Delgado (Artista Plástica)
Filipa Melo
terça-feira, 26 maio 2009
O céu não pode esperar
«A principal virtude do autor continua a ser o estilo directo, a fluidez da narrativa, a justeza dos diálogos e a vontade primacial de contar uma história.»
Filipa Melo (Jornalista/Escritora)